21 de fevereiro de 2007

tantas águas

Victor Tackett


tantas águas me deslizaram sobre o corpo

águas várias temperaturas várias

muitos caudais diferentes

tantas águas correntes. tantas águas!

o corpo duro-pedra amoleceu moldou-se

sujeitou os ângulos agudos

arredondou as formas qual corpo de mãe

talvez tenha parido - pedras. pedras rigorosas

como invernos.


tantas águas me correram sobre o corpo

sem pedir licença - como o tempo

desgastando moendo corroendo

tantas águas que me sinto quase líquida agora

rolo com elas quando correm, não sobre mim

eu nelas

a dissolver-me até à transparência

de olhar um espelho e nem sequer me ver.


Comments:
Non

falas de vida em água...aqui nesse momento chove torrencialmente...
lembro-me das águas que já correram sobre mim...

beijos
della
 
Rios e caudais nossos. Que sentimento mais lindo, essa água que foi tormento, que foi ternura. Bjinho
 
Com ternura, non.
Transparencia invernosa.
Em dissolvencia liquida.
Pedras esponjosas.
De redondos angulos.
Deslizando em vertigem.
Nas paradas águas.
Procurando a Foz.
No brotar da nascente.
bj)
 
Que belo momento de leitura...

Um leve deslizar da pena...e a água corre tão serena...

Beijo da
Maria
 
A simbiose perfeita.
Beijos
 
Lindo, lindo...Tudo!
Beijinhos
 

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