22 de junho de 2007

À "Lucky" , minha amiga verdadeira.

photo by kriegs


a chuva caía dos olhos


a chuva

sobre a terra sobre as plantas

sobre o amor

a chuva ardia nos olhos

chuva quente

de uma inusitada

e conhecida dor.

20 de junho de 2007

botas para o mundo!

photo by Jef Maion


quero umas botas macias de calcorrear o mundo

mas macias só por dentro, macias para os meus pés

para ir longe sem cansar para ir longe sem doer

botas bem grossas por fora na hora do pontapé!


e são fáceis de encontrar essas botas que preciso

há lojas onde se vendem as botas de montanhez

as botas que não se cansem quando o meu corpo hesitar

na hora certa, na hora de dar com os pés no destino.


quando calçar essas botas ninguém mais me travará

farei todo o meu caminho até a vida acabar, até ao último sopro

sem paragens sem cuidados sem a amostra de um medo

as minhas botas serão do meu futuro, o segredo.


4 de junho de 2007

tempos e mar

photo by Jacek Gasiorowski

é já tempo de mar. desce o calor. (como se não descesse no outono ou no inverno...)

pela tarde baixo à praia . a manhã atordoa-me os sentidos. de manhã oiço aves que despertam.

adormeço nessa música única, a sorrir. é quando as aves se deitam que desperto.

vivo o tempo das aves acordada - não lhes quero perder um som sequer (essas sim, silenciam com o frio).

na praia o rebentar das ondas faz-me vibrar o sangue. corre rápido - anseia. anseia apenas mais.

tempos. temos tempos diferentes. saíste manhã cedo e mergulhaste. eu sei. o mergulho é-te vida. vives nele.

sentindo o mar a este fim de dia sinto-te a ti também. ficaste na água. deixaste nela todo o calor a mais com que acordaste.

quando mergulho num primimitivo esbracejar, acerto os nossos tempos. oiço o teu gargalhar no meu pescoço

como se fosse manhã ainda ou noite já. é tempo de voltar. de novo hora de amar. que o tempo não perdoa

nem nós nos perdoamos perder tempo: tempos de mar e amar e ... pouco mais.


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