3 de julho de 2007

desço aqui.

photo by Jef Maion

daqui em frente ninguém me seguirá

ou pouca gente.

não sou dada a manadas nem rebanhos

siga eu para o céu, o inferno ou vá a banhos

garanto que vou só.


nem de mim me despeço

essa parte de mim que sempre fica

é até engraçada para a cusquice alheia.

não é ao acaso que se chama à net

a nova aldeia.


agora estou a rir. gosto que não perdi

e é numa sonora gargalhada que digo a quem vier

- eu desço aqui!


o caminho a seguir atapetei-o a jeito

só lá passam os amigos do peito

são sempre muito poucos

e foi ao pensar nisso que me ri.


como já disse acima: desço aqui.


deram-me intenções novas

nem liberdade tive, ao escrever, de ser quem sou

daí que, excepção feita aos amigos já provados

vos diga : adeus que por aqui me vou!


(a quem me estragou isto

por pura falta de imaginação

deixo o postigo aberto

quem sabe olhando bem dentro da vida alheia

encontrem a vida que não vivem

e que nunca terão.)



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