30 de janeiro de 2007
partida suave
não há rios iguais. nem gente
nem o pôr ou o nascer do sol
vistos sempre do mesmo lugar
não há pedras iguais. parei
por uma apenas. no caminho
sentei-me à beira dela de mansinho
e olhei-lhe as formas todas. sem tocar.
li-lhe os reflexos. a interior opacidade
aquilo a que chamamos de verdade
escondida dentro a tudo o que há na terra
parto de novo. é minha toda a estrada
vazia e despojada que pela frente houver
fica um lugar vazio na paisagem
e o desafio a quem tiver coragem
de parar toda a vida para olhar.
a pedra fica lá. bela. para quem vier.
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