21 de novembro de 2006

eu sou?

foto de Graça Loureiro



por mais que me esbata

me misture à paisagem

me confine


me dispa deste ser que não sou

e que me oprime

não consigo apagar-me de uma vez.


há palavras

como a palavra eu

que carregam consigo

um peso insuportável


se não sei ser quem sou

que há neste meu viver de memorável?



esbato-me

apago-me

vou

e no entanto ainda digo

eu sou.

Comments:
tal como ouvir cacilheiros e sinos (que já não ouço) aprendi a viver o eu (por vezes)

e por vezes é insuportável também
e por vezes tornam-me insuportável
noutras perplexo

memorável? (nada)
só se for nos filhos, a memória que deixamos, as palavras largadas ao vento (os gritos?)

não sei

quantas perguntas tenho também
(nenhuma resposta)

boa noite para ti
beijo (adorava dar respostas)
 
Minha querida Non

lei-o lágrimas
passo devagar
faço
um carinho
nos teus sentires
de-vagar
para não te assustar

"Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês

Quando fechas o livro
eles alçam vôo
como de um alçapão

Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem

E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...

Beijinhos com muito carinho
 
non
escreves tal cal uma pessoa queu conheço. Lindo

Beges
 
és. talvez das poucas certezas que tens :)

linda a melodia!

voltarei.
 
non

encontra dentro de si o que quer ser e sê...mas não apaga.


um beijo

della-porther
 
Ouve o tempo que sopra.
o silêncio que fica.
Tranquilamente...


abraço forte.
 
o eu é a maior certeza que temos, podemos é um dia a nossa própria máquina esquecer algumas coisas do nosso eu, mas ele - eu- apenas esqueceu na própria pessoa, nos outros o eu continua e perdura
...

:)
 

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